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#R2R – coletivos de todas as regiões do Brasil se reúnem em Niterói – RJ pelo #direitodefilmar

Cerca de 35 integrantes de grupos de comunicação e direitos humanos de todas as regiões do país, se reuniram para discutir estratégias de uso do vídeo para defesa de direitos

O encontro #R2R – Pelo Direito de Filmar – contou com representantes de Belém, Santarém, Fortaleza, Recife, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasilía e Porto Alegre. Todos comunicadores e defensores de direitos em suas regiões.

Ao longo de 4 dias de atividades os participantes puderam compartilhar experiências locais de uso do vídeo como ferramenta de luta social, e participar de atividades de formação da WITNESS, para qualificar suas capacidades.

No primeiro dia grupos do Rio de Janeiro e São Paulo, que usam o vídeo para documentar a violência policial no contexto da “guerra às drogas” nas favelas e periferias, compartilharam suas práticas e experiências. Grupos como Coletivo Papo Reto, Defezap, Redes da Maré, Data Labe, Craco Resiste e Tulipa Negra, mostraram seus vídeos e ações locais, e foram acompanhandos pelo NUDEDH (Núcleo de Defesa de Direitos Humanos da Defensoria Pública do Rio de Janeiro), que comentou também sobre o crescente risco ao direito de filmar.

No segundo, foi a vez da região Norte mostrar como os grupos estão usando a mídia e o audiovisual para apoiar as lutas das comunidades na Amazônia, com apresentações da Agência de Notícias Jovens Comunicadores da Amazônia, Coletivo Jovem Tapajônico, CIMI e Greenpeace.

E também a região Nordeste, que  esteve representada pela Rede Rocheda, que em Fortaleza usa o vídeo para documentar e fomentar as expressões culturais periféricas e elevar a auto estima de suas regiões. Os coletivos Nigéria, Zóio e Motim, mostraram como vêm se organizando para atuar e se fortalecer em rede.

Além das apresentações, o encontro contou com palestras e intervenções da equipe WITNESS nos temas de vídeo como prova, arquivamento, livestreaming e fake news, além de ferramentas de impulsionamento de mídias sociais para campanhas de interesse coletivo.

#R2R Movimento de defensores do DIREITO DE FILMAR

Diversos foram os participantes que afirmaram que levantar a câmera ou celular, e filmar um abuso policial em suas regiões, tem ser tornado cada vez mais arriscado. E que frequentemente celulares são revistados ilegalmente pelos policiais, em busca de arquivos ou conversações que possam ser usadas para criminalizar os comunicadores das periferias. E como já esperávamos, infelizmente, diversos casos de abusos, agressões, intimidações e ameaças contra comunicadores, foram relatados.

Mas a despeito dos temas pesados e cotidianos de violência institucional que cada um trazia em seus relatos, o encontro só reafirmou a capacidade organizativa da juventude em torno da comunicação e tecnologia para sua afirmação como sujeitos políticos.

A rede que se conforma e os laços que se apertaram nessa oportunidade, e tudo que se produziu de informação e afetos, dão o rítmo desse movimento que apenas começa no Brasil. Pelo direito de filmar.

Filmar não é crime! Documentar a violência do estado é um direito de todo cidadão.

São os vídeos de moradores que rompem o silêncio dos meios de comunicação e trazem à tona casos de violações, que só tomamos conhecimento por que alguém expôs sua própria vida para filmar.

Defender o direito dos comunicadores de produzir e informar, é defender os direitos de todos.

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#R2R Global

Assim como no Brasil, em diversos países comunicadores vêm sendo criminalizados, ameaçados e até mesmo assassinados por levantar a câmera contra a injustiça social. Para saber mais sobre o direito de filmar no mundo clique aquiWITNESSMediaLab_R2R