Mais uma semana sangrenta no Rio de Janeiro com 13 mortos por “balas perdidas”

Esta última semana no Rio de Janeiro foi de mais episódios de extermínio da população negra que vive nas favelas da cidade.

Operações policiais na zona norte deixaram pelo menos (ao que se tem notícia) 13 pessoas mortas por “balas perdidas”, cerca de 2.5 mil crianças sem aulas por motivos de confrontos, em um operativo que mobilizou pelo menos 500 homens de forças policiais.

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Maria Eduarda Alves da Conceição de 13 anos foi uma dessas vítimas, assassinada ontem por 3 disparos, que lhe acertaram enquanto jogava basquete na aula de educação física da Escola Municipal Jornalista Daniel Piza em Fazenda Botafogo. Maria Eduarda era um talento no esporte, colecionava medalhas em olimpíadas escolares e professores lhe viam com um futuro promissor para a carreira esportiva.

Seu futuro foi interrompido por uma operação do 41o BPM que já é conhecido por moradores da região e pelos relatórios de direitos humanos como um verdadeiro grupo de extermínio.

Responsável por cerca de 20% de todas as mortes decorrentes de operação policial na cidade, é o mesmo grupamento que responde pelo fuzilamento com 111 tiros dos 5 jovens de Costa Barros, em novembro de 2015, e também alvo do relatório “Você Matou Meu Filho”, publicado há quase dois anos pela Anistia Internacional detalhando 9 casos de execução na favela de Acari.

Esses mesmos policiais foram flagrados por celulares de moradores disparando contra homens que já estavam feridos ou mortos no chão. Em frente a mesma escola onde Maria Eduarda foi morta, como mostra o vídeo abaixo.

Relatos e denuncias em redes sociais dão conta de operações realizadas em Cidade de Deus, Manguinhos, Acarí, Formiga, Jacaré, Mangueira e Tuiutí.

O caso de Maria Eduarda é determinante para desconstruir a narrativa da imprensa e da polícia de “bala perdida”, afinal a jovem foi alvejada por 3 disparos, segundo a perícia do Instituto Médico Legal.