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Amazônia: Audiovisual na luta pela defesa dos territórios indígenas

Povos indígenas da Amazônia brasileira utilizam vídeo e tecnología de monitoramento para proteger seus territórios do ataque de madereiros, garimpeiros, pescadores e caçadores ilegais

Encorajados pelas políticas públicas do setor, e sobre tudo pelo discursos do presidente Jair Bolsonaro, os ruralistas avançam com tudo pra cima dos territórios indígenas homologados.

As tensões nas terras indígenas se tornaram assunto frequente na imprensa, com mortes brutais e uma rotina de intimidações e ameaças, que agravam totalmente o cenário, que já era complicado historicamente.

O presidente assumiu uma narrativa de “desproporcionalidade” insinuando que os povos indígenas dispõe de extensões de terras que não necessitam, mas no fundo, lhe cabe qualquer desculpa para justificar que seu governo é uma guerra declarada contra os direitos desses povos, e um ataque frontal às suas soberanias como nações.

Na Amazônia brasileira, as tensões se extendem por todos estados, afetando diferentes povos, impactados pelo pacote de exploração predatório do agro negócio e da mineração, e por todo o conjunto de efeitos colaterais que a exploração trás, como prestadores de serviços, seguranças privadas, e demais terceirizados que agravam ainda mais a dinâmica local.

Mosaico Gurupi concentra diversas aldeias indígenas na Amazônia

Povos Indígenas Monitorando Seus Territórios

Isolados à própria sorte, povos indígenas da Amazônia criaram grupos de monitoramento da floresta que realizam incursões regulares na mata para literalmente expulsar invasores e desativar seus acampamentos ilegais de extração. Esses Guardiões da Floresta, como alguns são chamados, adentram a mata com estrutura necessária para passar dias em operação de monitoramento do seu território, algumas chegam a tomar 20 dias de incursão. Muitas das vezes essas operações acabam em disparos por parte dos invasores, que em fuga se dispersam pelo meio da mata. Equipamentos e máquinas são deixados pra trás, ás vezes até os cachorros que acompanham os invasores, ficam pelo caminho.

Os guardiões e as guerreiras da floresta monitoram seus territórios utilizando drones, que lhes permite antecipar as ações e serem mais eficientes na progressão no meio da mata. Em alguns casos são acompanhados de policiais da região ou guardas florestais. Mas a ação é toda coordenada e articulada segundo a automia dos povos indígenas.

O Uso do Vídeo Para Defesa dos Territórios

Witness Brasil esteve presente em uma atividade realizada com diversos povos indígenas da região do Mosaico Gurupi, fronteira do Maranhão e Pará, na Floresta Amazônica, para realizar oficinas de uso do vídeo para defesa de direitos.

Marcha das Mulheres Indígenas

Como parte das articulações do ATL 2019 desde ano (Acampamento Terra Livre), lideranças indígenas definiram a realização de uma marcha em Brasília, de 9 a 13 de agosto, para concentrar mulheres em defesa de seus territórios e direitos.

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