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27 nov [América Latina e Caribe] Celulares e Câmeras para denunciar a violência de estado

Vito Ribeiro – Witness Brasil Final de ano tenso ao sul do continente americano, com golpes de estado, protestos massivos, levantamento popular e muita violência por parte das polícias e forças armadas Equador, Chile, Bolívia, Colômbia, Peru e Haití foram / e estão sendo, palcos constantes de protestos massivos por parte de movimentos sociais, indígenas, sindicatos e estudantes, que sacudiram o continente neste finzinho de ano.  Com cenários específicos em cada região, porém semelhantes estruturalmente, a população desses países se levantou contra governos tiranos, aumento do custo de transporte, golpes de estado, denúncias de corrupção, mega-projetos extrativistas, e colocou milhões de pessoas nas ruas de diversas cidades, tensionando os pilares do poder, e resgatando demandas sociais históricas do povo. Em geral o pacote de reação dos governos foi basicamente o mesmo: decretar estado de emergência, toque de recolher, criminalizar os movimentos sociais acusando-os de terrorismo, e aplicar uma verdadeira política de extermínio dos manifestantes, sob a desculpa de “contenção de distúrbio”. Deixando milhares de detidos, cegos, feridos e mortos, em um amplo emprego de armamento letal e “não-letal”, aparatos de guerra, blindados, drones e tecnologia de controle de informação.  Os números são alarmantes se somamos todos os eventos em diferentes países, considerando sempre que essa documentação de dados sofre com a ocultação e manipulação de informações por parte das polícias e órgãos públicos. Por isso organizações de direitos humanos locais e internacionais tem resistido para verificar e denunciar diariamente, atualizando os dados sobre as vítimas da violência policial e militar. Só no Chile por exemplo, o Instituto Nacional de Direitos

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11 ago Amazônia: Audiovisual na luta pela defesa dos territórios indígenas

Povos indígenas da Amazônia brasileira utilizam vídeo e tecnología de monitoramento para proteger seus territórios do ataque de madereiros, garimpeiros, pescadores e caçadores ilegais Encorajados pelas políticas públicas do setor, e sobre tudo pelo discursos do presidente Jair Bolsonaro, os ruralistas avançam com tudo pra cima dos territórios indígenas homologados. As tensões nas terras indígenas se tornaram assunto frequente na imprensa, com mortes brutais e uma rotina de intimidações e ameaças, que agravam totalmente o cenário, que já era complicado historicamente. O presidente assumiu uma narrativa de “desproporcionalidade” insinuando que os povos indígenas dispõe de extensões de terras que não necessitam, mas no fundo, lhe cabe qualquer desculpa para justificar que seu governo é uma guerra declarada contra os direitos desses povos, e um ataque frontal às suas soberanias como nações. Na Amazônia brasileira, as tensões se extendem por todos estados, afetando diferentes povos, impactados pelo pacote de exploração predatório do agro negócio e da mineração, e por todo o conjunto de efeitos colaterais que a exploração trás, como prestadores de serviços, seguranças privadas, e demais terceirizados que agravam ainda mais a dinâmica local. Povos Indígenas Monitorando Seus Territórios Isolados à própria sorte, povos indígenas da Amazônia criaram grupos de monitoramento da floresta que realizam incursões regulares na mata para literalmente expulsar invasores e desativar seus acampamentos ilegais de extração. Esses Guardiões da Floresta, como alguns são chamados, adentram a mata com estrutura necessária para passar dias em operação de monitoramento do seu território, algumas chegam a tomar 20 dias de incursão. Muitas das vezes essas operações acabam em disparos

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16 fev Eric Garner e Pedro Gonzaga: 2 homens negros enforcados diante das câmeras

O que Eric Garner de Nova York tem a ver com Pedro Henrique Gonzaga do Rio de Janeiro? Vito Ribeiro – Program Manager WITNESS Brasil Dia 14 de fevereiro mais um vídeo gravado por celular viralizou nas redes sociais e indignou a população do Rio de Janeiro. Nele se vê um segurança particular do Supermercado Extra – Barra da Tijuca (rede de supermercados que pertence ao Grupo Pão de Açúcar) cometendo um assassinato brutal diante dos clientes e funcionários do mercado. Pedro Henrique Gonzaga de 19 anos, ainda foi socorrido no próprio chão do mercado Extra, que segundo sua mãe e seu padrasto em depoimento à delegacia: “teria problemas mentais e era usuário de drogas”. Pedro não resistiu ao tempo de sufocamento a que foi submetido pelo segurança, e morreu de parada respiratória ao chegar no hospital. O assassino, Davi Ricardo Moreira trabalha para a empresa de segurança privada Group Protection, que presta serviço a diversos estabelecimentos da cidade, foi preso em flagrante no mesmo dia, mas a noite foi liberado após pagar fiança. A empresa alegou que o jovem estava tentando roubar o mercado e na luta corporal com o segurança teria tentado retirar a arma do funcionário. Fato que até agora não se comprovou nem pelos vídeos que foram divulgados, nem pelos primeiros depoimentos coletados em sede policial. O caso nos remeteu diretamente ao assassinato de Eric Garner 43 anos, que em 2014 foi enforcado por um policial em Staten Island – Nova York até a morte. Eric foi acusado de estar vendendo cigarros a varejo na rua, e quando

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01 nov Witness Brasil lança o Guia de Arquivamento de Vídeos Para Ativistas no Rio de Janeiro

Versão em português do Guia de Arquivamento de Vídeos foi lançada no Rio de Janeiro, em evento no Arquivo Nacional que celebra o Dia Mundial do Patrimônio Audiovisual da UNESCO No dia em que diversas organizações de arquivamento e acervo audiovisual celebram o Dia Mundial do Patrimônio Audiovisual, a WITNESS, Arquivo Nacional, Via 78 e Associação Brasileira de Preservação Audiovisual, lançaram a versão em português e impressa do material que tem por objetivo facilitar o acesso às práticas de preservação e arquivamento video em longo prazo. Para um uso ativista e pela luta por justiça social. Este guia dá informações completas e de maneira simplificada, sobre como gerir volumes de arquivos digitais, organizar e acessar, considerando a profusão de imagens que surgem todos os dias, derivadas de filmagens amadoras, geralmente com celulares, que denunciam a violência do estado contra os povos nas favelas, no campo, nas aldeias e comunidades originárias. Cada vez mais o celular se torna uma ferramenta essencial para denunciar ataques do estado e da polícia contra o povo, e por sua onipresença no bolso das pessoas, é capaz de gerar um sem número de arquivos, que necessitam de qualificação, verificação e arquivamento, quando seu uso almeja a justiça e reparação às vítimas. Vídeos de violações de direitos, quando cumprem cuidados de verificação, manutenção e arquivamento, podem ser usados em tribunais como provas, por organizações e advogados de direitos humanos. Em muitos casos, são os metadados (informações agregadas aos arquivos digitais pelo próprio dispositivo) que asseguram e verificação a autenticidade de um video em um julgamento. Em outros

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