Witness Brasil

03 fev Fórum Fronteiras Cruzadas produz laboratório audiovisual African Immigrants Lives Matter em São Paulo

O Videolab_ConexõesMigrantes é uma parceria entre Fontie Forum e Witness Brasil e envolve atores da #CampanhaSomosJoãoManuel, produtores culturais periféricos, artistas e redes de migrantes com o objetivo de produzir memória sobre a vida e história do angolano João Manuel, na busca por sensibilizar a sociedade por justiça e reparação à família e outras vítimas de violência racista e xenófoba no Brasil. João Manuel foi um imigrante angolano que residia em Itaquera (SP) e trabalhava como frentista em um posto de gasolina. João tinha de 47 anos quando foi assassinado após uma discussão sobre o auxílio emergencial. Ele pagava seus impostos como todos os brasileiros e ainda mandava dinheiro para sua família em Angola. Estava lutando para reunir sua família aqui no Brasil, um sonho interrompido no dia 17/05/2020, quando foi atingido por quatro facadas no peito que o levaram a óbito poucos minutos após o ataque. João Manuel deixou a esposa e três filhos em total desamparo.   A #SomosJoaoMiguel é uma campanha de solidariedade às famílias imigrantes atingidas pela violência que tirou a vida de João Manuel e surge da iniciativa de brasileiros e imigrantes que contribuem com o movimento negro em diferentes estados do Brasil. Acompanhando e compartilhando #VideoLab – Conexões Migrantes, você apoia e amplifica as vozes que se mobilizam contra o racismo e a xenofobia. O VídeoLab aborda aspectos estruturais da condição de vida e trabalho no cotidiano de imigrantes na periferia de São Paulo, provoca reflexões sobre a produção da xenofobia, do racismo e da invisibilidade global. A proposta tem como fio condutor a valorização

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12 jan ‘Como um calo ou uma bomba-relógio?’ Reflexões sobre trauma, resistência e o trabalho com direitos humanos durante a pandemia

Por Maria Isabel Di Franco Quinonez, Eliza Hollingsworth, Lily Lucero, Sofia Jordan & Lili Spira  [Traduzido ao português pela Josefina Caro. Publicado originalmente aqui. Versão em espanhol aqui.] No auge da Primavera Chilena, a jornada de protestos que começou no Chile no fim de 2019, o advogado de direitos humanos Danny Rayman voltava para seu apartamento na Holanda sentindo-se angustiado e impotente depois de ter ido a um protesto na embaixada chilena. Longe da sua casa em Santiago, ele testemunhava –pelas redes sociais– a brutalidade da polícia contra os manifestantes que clamavam por uma vida digna na maior onda de revolta social no Chile desde a resistência à ditadura de Pinochet. Danny entrou em ação: criou um arquivo digital para preservar os conteúdos compartilhados no Twitter e Facebook. Seu objetivo era que esse material pudesse ser útil para os esforços futuros por justiça e reparações. Trabalhando colaborativamente com pesquisadores da Datos Protegidos, uma ONG de privacidade digital no Chile, Danny recebeu, verificou, classificou e arquivou centenas de videos da violência policial que acontecia diariamente no país.  A iniciativa foi chamada de Testigo en Línea (testemunha online). Todos os dias, o grupo trabalhava até as altas horas da madrugada, cuidadosamente revisando os conteúdos e assistindo a um fluxo incessante de imagens e vídeos, muitos com imagens fortes, das cenas de violência nas ruas do Chile. Foram seis meses totalmente dedicados a essa missão. Quando a pandemia chegou, a equipe do Testigo en Línea enfrentou uma situação ainda mais grave: a convergência do toque de recolher que foi imposto durante os protestos

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14 set Transformando participação em visibilidade nas transmissões ao vivo

Dando sequência ao nosso post com dicas para aumentar o envolvimento do público durante transmissões ao vivo, hoje vamos falar sobre como o engajamento dos participantes aumenta a visibilidade dos streamings. Você sabe como as interações no seu vídeo se relacionam com o algoritmo que determina para quem sua transmissão irá aparecer? Como usar tags para incentivar a tomada de ações entre seus seguidores? Neste post, vamos entender melhor questões como estas. Foi pensando nas diversas possibilidades que o mundo das transmissões ao vivo pode oferecer para os ativistas e comunicadores, que a Witness criou o projeto MobilizaJá (Mobil-Eyes-US). O objetivo é ajudar ativistas a engajar seus públicos de forma planejada, de modo que eles se tornem também parte ativa das transmissões, sejam mais úteis e co-presentes, quando necessário. Nós tivemos a chance de observar, testar e aprender junto a transmissões que monitoramos no âmbito deste projeto ao longo dos últimos três anos. Agora, nós estamos compartilhando alguns destes aprendizados.   Explique o “efeito em rede” O alcance de seus vídeos e transmissões aumenta em redes sociais a partir do total de engajamento gerado nos comentários e reações (link em inglês), tanto enquanto você transmite, como posteriormente, quando já encerrada. À medida que mais pessoas comentam, reagem, usam tags ou compartilham sua transmissão, mais pessoas ainda irão efetivamente ver sua transmissão em suas linhas do tempo.  Você pode explicar este “efeito em rede” para o seu público. Evite tratar as pessoas como consumidores. Tente não pedir a seus espectadores para “seguir, se inscrever e dar like” – assim como os

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10 mar [Santa Catarina] Vídeo de violência policial contra a mulher viraliza na internet

Mais uma vez o direito de filmar a violência da polícia foi violado diante da câmera de um celular. Dessa vez, policiais agrediram gravemente uma mulher e impediram que uma outra continuasse filmando uma abordagem violenta no município de Mafra, zona rural de Santa Catarina. No vídeo, policiais são vistos em um terreno privado discutindo com um grupo de mulheres, entre eles, uma senhora de 70 anos. Visivelmente alterados, um dos policiais alegando ter sido destacado, efetua uma detenção, e mesmo sem qualquer resistência, uma mulher é derrubada no chão com uma rasteira. Ela teve ferimentos no rosto e uma fratura na perna. Mais uma vez o direito de filmar foi violado diante da câmera de um celular. Dessa vez, policiais agrediram uma mulher e impediram que uma outra continuasse filmando uma abordagem violenta no município de Mafra, zona rural de Santa Catarina.https://t.co/CIUnhm3Dok — Witness Brasil (@WitnessBrasil) March 10, 2020   O caso aconteceu em 19 de fevereiro de 2020 e viralizou hoje nas redes sociais, dois dias depois do dia internacional da mulher em que milhares foram às ruas contra a violência e o patriarcado nos deparamos, mais uma vez com imagens que registram tamanha violência contra uma cidadã. “Não é surpresa que a Polícia fique nervosa quando vê alguém filmando. Eles entendem o poder dessas imagens e não querem que você, nem ninguém, as veja.”  disse Priscila Neri, diretora da witness Ao final do vídeo, podemos ver que quando o policial percebe a gravidade dos fatos que foram registrados, atenta contra a mulher que filmava com seu celular.

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22 fev Ativista transmite ao vivo a sua própria detenção – o que o vídeo nos ensina

Caso no Brasil é mais um exemplo de como o direito de filmar está sendo atacado por policiais violentas em todo o mundo Por Priscila Néri | Leia a cobertura do caso em Inglês aqui | Na noite de 19 de fevereiro, um aliado de longa data da WITNESS, Raull Santiago, foi detido junto com dois amigos enquanto transmitia ao vivo uma abordagem truculenta de policiais do batalhão de choque num viaduto escuro no Rio. Os policiais fizeram jus à sua  reputação e se comportaram exatamente como se esperaria de uma das forças policiais mais violentas e letais do mundo: ameaçaram, empurraram, vasculharam telefones celulares (ilegalmente), e, sem qualquer explicação, arbitrariamente detiveram  Raull por “desacato”. Ao ser  liberado algumas horas depois, Raull perguntou aos repórteres que cobriam o caso: “isso teria acontecido com três jovens de motocicleta em Ipanema, Copacabana ou Leblon?”. Os próprios repórteres estariam cobrindo o caso se Raull não fosse um ativista tão conhecido?  Você estaria lendo isso agora? Para os moradores das  favelas do Rio e de comunidades historicamente criminalizadas, o que aconteceu foi só  mais uma quinta-feira qualquer … ou segunda-feira … ou terça-feira …. Essas comunidades há muito denunciam os impactos brutais das operações policiais e a “guerra às drogas” em suas vidas diárias: escolas fechadas, buscas abusivas, ameaças verbais, agressões físicas, ordens arbitrárias, invasões de casas sem mandado, destruição de propriedade, tortura, desaparecimentos e mortes. E se isso tudo já era ruim durante os chamados governos “de esquerda”, que enviaram tanques militares para as favelas durante as Olimpíadas para os turistas se sentirem

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20 fev Detido por filmar uma abordagem policial

FILMAR NÃO É CRIME A ativista Raull Santiago, integrante do coletivo papo reto, foi detido na noite de ontem (19) enquanto filmava uma abordagem de policiais do batalhão de choque da PM contra seus amigos. Eles saíram do Complexo da Maré, em um grupo de 4 pessoas, divididos em 3 motos e seguiam para o complexo do Alemão para comemorar o aniversário de 31 anos do Raull, na casa da mãe dele, um jantar estava à espera. Raull registrou o momento em que o policial, de forma irregular, inspeciona o celular de um dos amigos e , ao perceber que estava sendo filmado, o policial caminha em direção ao Raull, solicita identificação e depois toma o celular da mão dele.   SOS, POLICIAIS DO CHOQUE ALTAMENTAMENTE VIOLENTOS NOS PARARAM NO MEIO DA AV BRASIL. ESTÃO SUFOCANDO O TIAGUINHO E RICARDO, APONTARAM FUZIL PARA NÓS MANDARAM ESPERAR A FRENTE E TÃO LÁ SUFOCANDO OS MLK https://t.co/P02Dcz6sNO — Santiago, Raull. (@raullsantiago) February 19, 2020 https://platform.twitter.com/widgets.js   Da delegacia, Raull comentou sobre o ocorrido: “Eu não acredito que essa abordagem aconteceria em outro espaço da Cidade. Não é uma abordagem que a gente vai ver no Leblon, em Copacabana, em Ipanema, mas a gente vê todo dia isso acontecendo no complexo da Maré Pra sociedade, jovem negro e favelado saindo de moto de uma favela já é suspeito e criminoso. Mais uma vez a criminalização da nossa vida. A gente sofreu uma abordagem extremamente violenta só por ser jovem, negro e morador de uma favela”.   A polícia frequentemente criminaliza, ameaça e atinge

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04 fev Moradores filmam agressão policial a jovem em Salvador: ‘Você para mim é ladrão, olha esse cabelo’, diz PM

Moradores do bairro de Paripe, no subúrbio ferroviário de Salvador, filmaram o momento de uma agressão policial durante uma abordagem da PM a um grupo de jovens. Um dos militar agrediu um rapaz com murros e chute, e fez insultos racistas ao se referir ao cabelo dele. O caso aconteceu na noite de domingo (2). Nas filmagens, também é possível ouvir o policial chamar o jovem de “viado”. Percebam que ele está com as mãos vazias quando vai bater, logo depois abaixa para pegar o que parece ser o celular do revistado que caiu no chão. Sai com ele na mão. pic.twitter.com/6PhWEQePeX — Kaio Henrique (@kaiosouza) February 3, 2020 Apenas no perfil do ativista Raull Santiago, o vídeo acumula +20k views. A exposição do vídeo na internet exigiu que a Polícia Militar e autoridades políticas se posicionassem sobre o caso absurdo. Até o governador publicou um tweet fazendo mea culpa e solicitando investigação. A Polícia Militar informou que o vídeo será encaminhado para Corregedoria Geral da PM, para ser analisado e disse ainda que, “não preconiza com a violência e rechaça todo e qualquer tipo de conduta violenta”, mas quem mora na favela sabe bem como a polícia age. “Você para mim é ladrão, você é vagabundo. Olha essa desgraça desse cabelo aqui. Tire aí vá, essa desgraça desse cabelo aqui. Você é o quê? Você é trabalhador, viado? É?”. Gritava o militar, enquanto puxou um boné que a vítima usava. O mesmo policial chega a dar murros na costela do rapaz, além de um tapa no rosto e um

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03 dez O Caso Paraisópolis e os vídeos como prova da violência policial

No último domingo, nove pessoas morreram pisoteadas e outras 12 ficaram feridas durante ação policial no baile funk de Paraisópolis, zona sul de SP. Quase cinco mil pessoas estavam no baile funk quando a ação policial provocou o caos na região. Os vídeos divulgados nas redes sociais evidenciam a disposição da policia, de matar aqueles que simplesmente curtiam um lazer. Até quem não vive na favela sabe que o funk é cultura que retrata uma realidade popular. A Alma Preta, agência de jornalismo especializado na temática racial do Brasil publicou um editorial que além de denunciar a covardia da política que insiste em perseguir e matar, escancara a seletividade midiática em retratar a resistência negra, periférica e favelada. O funk é uma cultura de expressão preta, periférica e favelada. Ritmo da realidade, o papo reto de quem resiste todos os dias. Sim, os jovens funkeiros, os chavosos, resistem diariamente… e não só porque insistem em perpetuar um ritmo de música discriminada, mas por continuarem respirando, afinal, a cada 23 minutos, um jovem negro é assassinado no Brasil. Mais uma vez, os vídeos que escancaram o modo de operação da polícia viralizaram na internet   Os celulares vem cumprindo um papel fundamental na documentação da violência institucional, eles estão presentes em todos os bolsos, também são usados como ferramenta de compartilhamento pra dentro e fora da favela. É dentro dos chats de moradores que as pessoas alertam dos riscos para quem está na rua. É com o mesmo aparelho que grupos interagem com a imprensa local e organismos de direitos humanos, para

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27 nov [América Latina e Caribe] Celulares e Câmeras para denunciar a violência de estado

Vito Ribeiro – Witness Brasil Final de ano tenso ao sul do continente americano, com golpes de estado, protestos massivos, levantamento popular e muita violência por parte das polícias e forças armadas Equador, Chile, Bolívia, Colômbia, Peru e Haití foram / e estão sendo, palcos constantes de protestos massivos por parte de movimentos sociais, indígenas, sindicatos e estudantes, que sacudiram o continente neste finzinho de ano.  Com cenários específicos em cada região, porém semelhantes estruturalmente, a população desses países se levantou contra governos tiranos, aumento do custo de transporte, golpes de estado, denúncias de corrupção, mega-projetos extrativistas, e colocou milhões de pessoas nas ruas de diversas cidades, tensionando os pilares do poder, e resgatando demandas sociais históricas do povo. Em geral o pacote de reação dos governos foi basicamente o mesmo: decretar estado de emergência, toque de recolher, criminalizar os movimentos sociais acusando-os de terrorismo, e aplicar uma verdadeira política de extermínio dos manifestantes, sob a desculpa de “contenção de distúrbio”. Deixando milhares de detidos, cegos, feridos e mortos, em um amplo emprego de armamento letal e “não-letal”, aparatos de guerra, blindados, drones e tecnologia de controle de informação.  Os números são alarmantes se somamos todos os eventos em diferentes países, considerando sempre que essa documentação de dados sofre com a ocultação e manipulação de informações por parte das polícias e órgãos públicos. Por isso organizações de direitos humanos locais e internacionais tem resistido para verificar e denunciar diariamente, atualizando os dados sobre as vítimas da violência policial e militar. Só no Chile por exemplo, o Instituto Nacional de Direitos

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17 out RELATÓRIO DA WITNESS MOSTRA OS DESAFIOS ENFRENTADOS PARA COMBATER AS DEEPFAKES

A WITNESS, organização global que promove o uso de vídeos e tecnologia na defesa dos direitos humanos, apresenta nesta quarta-feira, 16 de outubro, o relatório “Deepfakes no Brasil – Prepare-se agora”, baseado no trabalho realizado no Brasil, mas fundamentado no trabalho global da organização de fornecer informações sobre deepfakes e como se preparar para elas. Deepfakes são maneiras novas de criar com mais facilidade, vídeos e áudio realistas de pessoas fazendo ou dizendo coisas que nunca fizeram. No caso de deepfakes, os casos mais comuns envolvem violência baseada em gênero com imagens sexuais não consensuais em sites pornográficos, mas as ameaças já começaram a se aprofundar para outros públicos. “Será cada vez mais fácil e comum usar a inteligência artificial para manipular vídeos ou áudios com perfeição. Precisamos estar atentos e preparados, mas não em pânico. Agora é a hora de garantir que as pessoas certas sejam ouvidas no Brasil e no mundo todo, e saber o que eles temem e que soluções exigem. Precisamos nos defender do risco de que todas as informações verdadeiras sejam colocadas em dúvida ou que um volume crescente de informações falsas oprima jornalistas, agências ou grupos que verificam informações ou atrapalhem ainda mais nossa esfera pública”, disse Sam Gregory, diretor de programas da WITNESS. O Brasil é um dos países que mais sofre com o compartilhamento de “fake news” segundo pesquisa divulgada no ano passado, semanas antes da eleição, pelo Instituto Ipsos, o Brasil é o país no mundo em que a maioria das pessoas acredita em notícias falsas (62% da população). É importante

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